GÊNERO TEXTUAL CARTA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS-EJA
1 INTRODUÇÃO
Na vida diária
o homem está em constante contato com diversos gêneros textuais que utiliza
para interagir com o outro. Exigindo um comportamento linguístico específico de
acordo com a sua necessidade de comunicação. Nesse contexto surgem os gêneros
textuais com tipos estáveis de apresentação, estruturas e conteúdos temáticos
que os definem. Surgindo assim diversos gêneros textuais e adaptações ás
necessidades dos falantes.
No presente projeto
será tomado o gênero textual carta que será desenvolvido no ensino fundamental
do primeiro seguimento da modalidade Educação de Jovens e Adultos-EJA. Pois a
carta além de cumprir o papel de texto que pertence a um gênero com estrutura
própria é um dos mais antigos instrumentos de comunicação escrita utilizada
pelo homem e está relacionada com outros gêneros utilizados atualmente.
A proposta de
trabalho desse projeto é desenvolver uma sequência didática com o gênero
textual carta, interagindo as turmas da EJA, possibilitando que os mesmos
reconheça o gênero textual carta, que diferencie modelos de cartas formais e
informais, que possam elaborar cartas pessoais fazendo um intercâmbio entre as
turmas, promovendo uma discussão e elaboração coletiva de cartas,
possibilidades de compartilhamentos de textos produzidos por meio desse gênero na
rádio educativa da escola e em sala de aula.
Esperamos com o
desenvolvimento desse projeto que o jovem e adulto possa ampliar o conhecimento
do gênero e que através da escrita de cartas pessoais em que realizam suas
práticas de escrita a partir de uma interação social com situações cotidianas
de interação verbais envolvidas dentre outras possa contribuir para que o aluno
seja estimulado a desenvolver competências leitoras e escritas com autonomia.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A Educação de Jovens e Adultos
A Educação de
Jovens e Adultos EJA é uma modalidade de ensino para aqueles que não tiveram
acesso à educação na idade própria, exigindo que o educador da EJA diante dos
diversos desafios que essa modalidade impõe desenvolva com cuidado o
planejamento de ensino. Planejando aulas que possibilite o educando a
compreender que o mais importante é pensar sobre o sistema de escrita. Nesse
sentido o trabalho com a alfabetização na EJA deve permitir ao jovem e adulto
refletir e discutir sozinho e com os colegas que letras usar e em que ordem,
usar palavras que são familiares e o que pode ser referência para escrever algo
novo levando sempre em consideração o perfil dos alunos que apresentam
características bem peculiares, pois em geral a clientela da EJA são alunos
trabalhadores sem ou com pouca experiência profissional que necessitam de (re)
inserção no mercado de trabalho, com idades variadas desde o jovem a partir de
15 anos a adultos que estão incluídos na faixa etária da terceira idade.
No Plano
Nacional de Educação-PNE coloca que “para inserir a população no exercício
pleno da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e de fruição do tempo livre
e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho, a educação de Jovens e
Adultos deve compreender, no mínimo, a oferta de formação equivalente às oito
séries iniciais do Ensino Fundamental”. (LOCCO&ALVES P. 172). Dessa forma
amplia as condições de um planejamento de trabalho que possibilite aos poucos o
aluno ir apropriando do conhecimento, manifestando disposição para a aprendizagem.
Possibilita o educador a planejar atividades na perspectiva da aprendizagem
significativa valorizando e respeitando o estágio de desenvolvimento de cada
aluno.
2.2 A escrita na escola: leitura e produção de textos
Para a
apropriação da língua exige competências adquiridas na prática diária que são
adquiridas nos diversos contatos com gêneros textuais que permite a interação
entre as pessoas. O homem está constantemente interagindo seja por meio da fala
ou da escrita e de acordo com as necessidades de comunicação seleciona determinado
gênero. Para Garcez (1988) há três perspectivas de ensino da escrita: o ensino
voltado para o produto numa abordagem experimental positivista, o ensino numa
base cognitivista e um ensino que parte da concepção de um ensino
sóciointeracionista que permite a construção em conjunto de conhecimentos e
habilidades de forma dialógica e ativa entre educandos e educadores. Para
Durante (1988) “É através do processo de interação com a sociedade letrada que
adultos pouco escolarizados podem produzir e reconhecer o sistema de escrita e
os diferentes tipos de textos”. Nesse sentido o processo de leitura, pensamento
e linguagem ocorrem de forma que o leitor busca significado no texto. O
trabalho com diferentes gêneros textuais, que considera o texto com toda a sua
diversidade social pode permitir que os alunos não alfabetizados tenham o domínio
do sistema alfabético através de leitura e escrita de textos de uso social.
No trabalho com
diversos tipos de leitura e produção de textos encontra-se o gênero textual
carta pessoal que segundo Kaufman; Rodrigues (1995) as cartas podem conter diferentes
tramas e girar em torno das diferentes funções da linguagem. A carta
possibilita desenvolver aspectos mais formais e elementos pragmáticos e
discursivos entre outros. Com o trabalho desse gênero textual permitirá que o
aluno diferencie esse gênero dos demais gêneros, estruturas formais para
composição de uma carta, contato com cartas formais e informais, capacidade de
ampliar o senso crítico e o cuidado com o outro bem como possibilitar um
ambiente de desenvolvimento da oralidade e a capacitação de discussão em grupo
para deliberação de decisões, repensar valores humanos dentre outros.
3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA
ü
História e importância das
cartas;
ü
Importância da carta como meio
de comunicação;
ü
A carta como gênero textual:
tipos básicos (carta oficial, comercial e correspondência);
ü
Elaboração de uma carta
coletiva;
ü
Elaboração de cartas pessoais e
intercâmbio entre turmas;
ü
Discussão, socialização e compartilhamentos
de cartas via rádio da escola e sala de aula.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente
projeto será constantemente avaliado pelas executoras do projeto a fim de saber
se está atendendo os fins propostos e será desenvolvido na escola em acordo com
o planejamento anual e calendário escolar para seleção de datas viáveis e
aplicação do mesmo principalmente no que se refere aos dias para intercâmbio
entre turmas, podendo ser adaptado no decorrer do percurso.
5.
REFERENCIAIS
DURANTE, Marta. Alfabetização de Adultos. Leitura e
produção de textos. Porto Alegre: Grupo A,1998.
LOCCO, Almeida; ALVES,
Cunha. Direito Educacional.
Curitiba-PR: IESDE, 2009.
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